EXEMPLO A SER SEGUIDO

A difícil tarefa de ensinar

Por Amilcar Júnior

Além da força de vontade, é preciso ter amor para educar. E a história da professora macuxi Denize Pereira nos remete a isso. De segunda a sexta-feira, ela se levanta cedo, antes das 5h, faz café para o marido e os três filhos, arruma sua mochila e anda cerca de 300 metros até chegar à beira do rio Kinô, que margeia a comunidade indígena Caju, em uma região de difícil acesso do Uiramutã, ao Norte de Roraima.

A jornada de trabalho da professora é um desafio diário e começa antes do Sol raiar. Ela dá aula para oito alunos do 1° e 2° período na escola municipal indígena Calixto Abelardo (anexo), na comunidade indígena Maloquinha, que fica a cerca de uma hora de canoa “rabeta” de onde mora.

A escola está situada em uma região quase inóspita, cercada por rios e florestas no meio de serras. Lá não há comunicação alguma com o mundo. Mas não é só esse o problema. Na sala de aula, apenas um quadro branco fixado na parede de taipa e dois bancos-mesinha. Mas apesar das dificuldades, a professora cumpre todo dia com dedicação sua nobre missão.

Então, antes do meio-dia, com a sensação do dever cumprido, Denize respira fundo e embarca novamente rumo à sua comunidade, contando apenas com a sorte e a proteção de Deus. “Amo o que faço, por isso não deixo meus alunos ficarem sem aula, pois sei que a Educação transforma, assim como mudou minha vida, e essas crianças são o nosso futuro”.

Denize é macuxi criada às margens do rio Kinô e começou a lecionar na sua comunidade assim que terminou o Ensino Médio, com 17 anos. Naquele tempo, relembra, havia uma carência muito grande de professores na região. Depois, ela se qualificou e finalmente assumiu de forma definitiva uma turma do ensino infantil.

“Não é fácil dar aulas aqui na região. No meu caso, só chego à escola de canoa, mas quando o motor quebra, entro na mata e vou andando. E graças a Deus sempre chego. Eu só peço que nossos governantes, nossos políticos olhem com mais carinho para nossas crianças, pois elas têm o mesmo direito das outras”, observou a professora.

Entre as reivindicações, Denize cobrou principalmente melhor estrutura física em sua escola. “Não é por mim, mas por essas crianças. Nem merenda escolar o governo aqui entrega mais. É um descaso com nossos alunos, infelizmente”, lamentou a professora.

fonte :https://crazynews.com.br/a-dificil-tarefa-de-ensinar/

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